
Será que a moda pode ser verde? Eu acredito que sim!
Cada vez mais tenho visto designers independentes , de pequeno porte, abraçando a produção de moda de uma forma ética e sustentável.
Alguns questionam o fato do preço ser mais alto quando se trata de uma peça produzida pelo viés não convencional, mas é o preço de algo feito com mais qualidade e respeito com quem produz.
Outro fator é o impacto social. Negócios de moda que trabalham sob uma perspectiva consciente e sustentável , estão atentos à questões legais ue envolvem seus colaboradores.
Não compactuam com trabalho escravo, priorizam a saúde do trabalhador e oferecem remuneração digna. Tudo isso aumenta o custo do produto.
Esses produtores também estão atentos aos impactos que sua atividade causam ao meio ambiente e minimizam esses impactos de todas as formas possíveis.
Isso tudo realmente sai mais caro e pode redundar em lucros menores, contudo, são negócios que vão além do lucro, transformam e impactam positivamente a sociedade.
Grandes varejistas da moda estão começando a mudar

Não tem segredo: o mercado muda quando o consumidor muda e o consumidor de moda hoje não é mais o mesmo.
O consumidor sempre será a chave. E quanto mais consciente ele for, mas a indústria terá que se adaptar para atender às suas demandas.
Tem crescido o número de pessoas que se preocupa com o impacto do seu consumo tanto no meio ambiente quanto na vida dos trabalhadores.
Grandes varejistas como a Renner e a C&A têm inserido produtos feitos com algodão mais sustentável em suas coleções.
Além disso, fiscalizam com rigor os seus fornecedores para coibir o trabalho infantil e o análogo à escravidão.
Produtos de tecido de reuso
Também tenho visto nas lojas produtos que foram feitos a partir do reaproveitamento de outras peças de peças de roupa ou sobras de tecidos de coleções passadas. São os famosos tecidos de reuso.
Peças com um ciclo maior de venda
Outra coisa que tem me chamado a atenção são as peças que têm voltado às lojas, mesmo depois da coleção findada.
Na Renner vi o mesmo vestido sendo vestido praticamente o ano todo. Ele acabava, depois chegava um reposição dois três meses depois.
Num passado não muito distante a novidade sem limites alimentava as vitrines.
Ver um pouco de repetição, de peças que estão sendo produzidas porque têm demanda é um sinal de que as coisas estão cada vez mudando mais.
Diga não ao Fast Fashion
Um dia desses , ao folhear um livro de moda brasileira em uma livraria aqui da minha cidade , deparei-me com um capítulo dedicado à defesa do Fast Fashion.
O texto afirmava que essa modalidade chegou para democratizar a moda e fazer com que todos possamos consumir peças similares às de grife.
Por um lado é verdade, mas outro é terrível, pois além de termos uma certa perda artística nesse processo de produção, o consumo é estimulado aos picos.

O Fast Fashion deixa um verdadeiro rastro de sujeira e pobreza por onde passa.
Pobreza para quem é escravizado para que a modinha chegue ao consumidor por R$9,90 e pobreza de espírito daquele que se acha no controle porque pode comprar 10 peças de R$9,90 e ficar sem repetir roupa.
São roupas baratas, de péssima qualidade e que alimentam o monstro frenético do consumo doentio.
Consumo esse altamente estimulado por “ícones da moda” nas redes sociais (que não repetem roupa).
As lojas de departamento, como a Riachuelo e a C&A já protagonizaram coleções feitas em colab com grandes grifes.
Numa delas, um vestido da marca Versace estava à venda na Riachuelo por R$379,90, mas a mercadoria aparentemente encalhou e no final da coleção era possível ver o mesmo vestido por menos de trinta reais:

Somos seres consumidores
Eu sei que não dá para simplesmente não comprar mais roupa, nós precisamos delas e são importantes no nosso dia dia, pois afirmam nossa personalidade e elevam a nossa autoestima.
Mas nós precisamos repensar a maneira como esse consumo acontece.
Veja algumas dicas para comprar de maneira consciente , sustentável e ética.
- Conheça melhor as marcas que você consome ( veja o app MODA LIVRE);
- Procure saber de onde vêm as peças que suas marcas preferidas vendem vendem;
- Olhe a etiqueta, veja se o tecido é de fibra natural, reciclada;
- Sinta o tecido, mais peso é sinal de mais qualidade e resistência;
- Se a fibra for sintética , avalie se realmente é uma peça versátil que vai ser muito utilizada e ainda se possui boa qualidade;
- Avalie o que você precisa, veja a compra cabe no seu orçamento, se o dinheiro dá ;
- Não fique naquela paranoia louca de que não pode repetir roupa pois é deselegante, repetir roupa é algo normal e você pode criar inúmeras combinações com as peças que já possui.
Lembre-se sempre, por mais que as tendências ditem o que vai dominar o mercado da moda, você é quem tem o poder de querer ou não.
Eu acompanho as tendências, mas sempre adapto-as ao meu estilo, ao meu gosto e não me deixo escravizar por elas.
Até porque tendência passa e se formos nos guiar por elas ficaremos com o armário entulhado de peças inúteis e fora de tempo.
Sugestões de leitura
Sugiro duas leituras para você que deseja se aprofundar no assunto:
São dois livros que possuo aqui na minha estante e que são bem esclarecedores no assunto e podem ajudar você na construção de um estilo mais consciente e sustentável.
Gostou do post? Compartilhe com suas amigas que estão nesse processo de mudança de padrões de consumo ou com quem você acha que precisa começar a trilha esse caminho de consumo consciente!
Grande Abraço!
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Palavra do dia: Se alguém me serve, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará. João 12:26
Muito boa a materia ! Gostei esclarecedor !!!!
Obrigada Val! Abraço!